sexta-feira, 11 de maio de 2012

Barbado da Terceira


A história do Barbado da Terceira começa com a descoberta dos Açores. Com o povoamento das ilhas, surgiu a necessidade de se introduzir gado para a alimentação dos colonos. É a partir deste momento, por volta do século XV, que o Barbado da Terceira começa a desenvolver-se. Vários cães foram introduzidos na ilha para acompanhar, conduzir e recolher o gado. Com a adaptação ao clima, humidade alta e chuvas frequentes, o Barbado começou a desenvolver uma aparência única que aliadas ao seu temperamento característico, fizeram dele o cão de eleição de muitos açoreanos. Sendo os Açores um ponto obrigatório de paragem no meio de Atlântico, outras raças de cães pertencentes a navegadores influenciaram também o Barbado da Terceira. O isolamento das ilhas contribuiu de forma decisiva para a fixação de características da raça.

O interesse pela raça surgiu por volta de 1970, quando a criação destes cães passou a ser assumida pelos população local. Uma década mais tarde, os cães eram já comercializados. Contudo só em 1994, se realizou a primeira tentativa de levantamento do número de exemplares da raça na região, mas as limitações da iniciativa ditaram resultados sem grande precisão. Foram precisos 2 anos para que se realizasse um novo estudo, desta vez com recurso a métodos científicos. O trabalho orientado por Dr. Deocleciano Silva foi o ponto de partida para o estudo da raça. Vários estudantes da Universidade dos Açores abraçaram a causa, realizando vários trabalhos sobre o assunto.

Com a criação da Associação Açoriana de Criadores do Cão Barbado da Terceira, novas pesquisas foram feitas, na tentativa de encontrar as características homogéneas na raça e determinar o número de Barbados existentes nos Açores. Com a contabilização apurou-se que existiam 80 animais, exemplares que foram estudados geneticamente. O trabalho do Prof. Dr. Artur Machado permitiu sustentar a ideia de que aquele conjunto de cães formava efectivamente uma raça.

Em 2004, o Clube Português de Canicultura aprovou o estalão provisório do Cão Barbado da Terceira, tornando este cão na 10ª raça portuguesa, a segunda açoreana (Cão de Fila de S. Miguel). Criaram-se assim condições para se lançar o primeiro concurso da raça que se veio a realizar no ano seguinte.

Hoje em dia, o Barbado da Terceira é um condutor de gado, mas também um cão de guarda e sobretudo companhia. É uma raça em crescimento em Portugal, mas ainda pouco divulgada internacionalmente.

Temperamento
É um cão afável com a sua família. Companheiro e fiel gosta de estar com o dono. É alegre e meigo.

É um bom cão de guarda, por isso desconfia de estranhos.

Inteligente e voluntarioso, o Barbado é um animal fácil de ensinar.

Gosta de ter um trabalho, necessitando de exercício regular. Vive bem tanto dentro como fora de casa.

Aparência Geral
O Barbado da Terceira deve o seu nome não só ao local onde é originário, Açores, mas também às abundantes camadas de pêlo que lhe compõem a barba.

É um cão de aspecto rústico, com um atractivo pêlo comprido que esconde um corpo forte e musculado. Os machos têm entre 52 a 58 cm e 25 a 30 kg. As fêmeas medem 48 a 54 cm e pesam 21 a 26 kg.

Com uma cabeça de tamanho médio e um stop pronunciado, o Barbado da Terceira tem um olhar meigo e vivo. Os olhos de tamanho médio devem ser castanhos escuros, sendo o mel a tonalidade mais clara admitida. As orelhas têm o formato triangular e são de tamanho mediano. De inserção alta, são quebradas, dobrando para a frente.

O corpo é sólido, com uma linha superior horizontal e um peito largo e profundo. Os membros são fortes com uma ossatura larga desenhados para permitirem bom alcance da passada e uma corrida rápida. A cauda é de inserção relativamente baixa, encurvando na ponta quando relaxada.

O pêlo é comprido, forte e ligeiramente ondulado. O Barbado tem também uma espessa camada de subpêlo que o protege das condições climatéricas adversas. Como cão de trabalho, é permitida a tosquia uniforme que também poderá ser apresentada em exposições.

A pelagem do Barbado da Terceira pode ser amarela, cinzenta, preta, fulva ou lobeira. Admitem-se manchas brancas no peito, barriga e ponta da cauda.

origem: Portugal, Açores
esperança de vida: 15 anos
classificação: Cão Boieiro
altura: 48 para 58 cm
peso: 21 para 30 Kg

Fonte

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