Pela multiplicidade de designações se percebe, logo à partida, que não é pacífica a determinação das origens desta raça de gatos. A maior parte das versões, todavia, converge para dois pontos geográficos: o Mar Mediterrâneo e o Mar Branco. No primeiro caso, atesta-se que terá surgido na bacia do Mediterrâneo, daí ter ganho as designações de gato de Malta e de Azul de Espanha. No segundo, porventura a mais consistente das teorias, é dado como ponto de partida o Mar Branco, mais concretamente Arkhangelsk, na Rússia, onde terá surgido por volta do século XVII, o que corrobora a maioria dos restantes nomes. Daí, terá depois viajado para o norte da Europa e para Inglaterra, tendo sido exibido numa exposição londrina na segunda metade do sec. XIX. Apenas na década de 30 do século passado, a raça foi oficializada com o nome de Azul Russo, atestando as suas origens russas.
Sobre o Azul da Rússia muito se conta: que vivia em estado selvagem e era caçado por causa da sua sedosa pelagem (credível, o que pode justificar a sua inteligência e argúcia); que descende do gato real dos czares da Rússia (provável); que era o preferido da rainha Victória (é verdade que a monarca inglesa gostava de animais); que era o amuleto de um príncipe russo (admissível); e até que, na garupa de um cavalo, acompanhava os cossacos aos campos de batalha (algo improvável). A verdade estará algures entre o folclore popular e aquilo que pode ser provado e em que estivermos dispostos a acreditar. A história documentada da raça tem início após a segunda Guerra Mundial, quando, tanto na Europa (com os ingleses e os escandinavos à frente do pelotão) quanto nos Estados Unidos da América, foram encetados, de forma mais sistemática, esforços para salvar a, então, bastante reduzida população da raça. Com esse propósito cruzaram-se Azuis da Rússia com o British Shorthair e com o Siamês Blue Point. Na década de 60 figurava já entre os favoritos.
Morfologia
No seu todo, esta é uma raça bem distinta em todos os aspectos mas, tendo de enunciar os elementos mais distintivos, três características chegam a um justo empate técnico: a enigmática cor dos seus olhos redondos, de um verde-esmeralda inimitável — um dos derradeiros objectivos de todos os criadores —; o singular formato da cabeça, por muitos associado ao de uma cobra; e — cá para nós, o mais determinante factor distintivo — o seu pêlo curto, denso, azul, de camada dupla, e suave como poucos. Não só isso como, nas extremidades, todos os pêlos do seu manto são prateados, o que contribui para a aparência lustrosa e brilhante. Associados ao pêlo estão dois factores incontornáveis na determinação da raça, a sua cor azul e o tamanho, sempre curto. Em proporção, as orelhas são grandes e largas, mas de pontas aguçadas e de inserção lateral. O corpo, ainda que musculado, tem ossatura estreita, sendo alongado e esguio. As patas, finas, terminam numas mãos curtas e arredondadas. Do somatório final resulta o seu porte principesco.
Temperamento
Poder-se-ia achar que um gato tão requintado, possuidor de tanta graça e elegância seria um animal vaidoso, excêntrico, caprichoso e exigente. Nada disso! Age até com alguma timidez, sendo muito reservado no que toca a estranhos. Ainda assim, pode manifestar comportamentos que revelam a sua autonomia e até um certo autoritarismo. Mas o Azul Russo tem tanto de carinhosos e afável, como de vivaz e brincalhão. É de tal forma sensível e dedicado que conforta e mima o dono quando o sente triste ou em baixo. Também não é inédito vê-los a entreter crianças com as suas brincadeiras. Apesar da sua devoção, esteja atento, pois são tão inteligentes que conseguem seduzi-lo e condicioná- lo a fazer aquilo que eles querem. Não precisa de os ensinar a abrir portas ou cancelas, eles aprendem sozinhos.
Sobre o Azul da Rússia muito se conta: que vivia em estado selvagem e era caçado por causa da sua sedosa pelagem (credível, o que pode justificar a sua inteligência e argúcia); que descende do gato real dos czares da Rússia (provável); que era o preferido da rainha Victória (é verdade que a monarca inglesa gostava de animais); que era o amuleto de um príncipe russo (admissível); e até que, na garupa de um cavalo, acompanhava os cossacos aos campos de batalha (algo improvável). A verdade estará algures entre o folclore popular e aquilo que pode ser provado e em que estivermos dispostos a acreditar. A história documentada da raça tem início após a segunda Guerra Mundial, quando, tanto na Europa (com os ingleses e os escandinavos à frente do pelotão) quanto nos Estados Unidos da América, foram encetados, de forma mais sistemática, esforços para salvar a, então, bastante reduzida população da raça. Com esse propósito cruzaram-se Azuis da Rússia com o British Shorthair e com o Siamês Blue Point. Na década de 60 figurava já entre os favoritos.
Morfologia
No seu todo, esta é uma raça bem distinta em todos os aspectos mas, tendo de enunciar os elementos mais distintivos, três características chegam a um justo empate técnico: a enigmática cor dos seus olhos redondos, de um verde-esmeralda inimitável — um dos derradeiros objectivos de todos os criadores —; o singular formato da cabeça, por muitos associado ao de uma cobra; e — cá para nós, o mais determinante factor distintivo — o seu pêlo curto, denso, azul, de camada dupla, e suave como poucos. Não só isso como, nas extremidades, todos os pêlos do seu manto são prateados, o que contribui para a aparência lustrosa e brilhante. Associados ao pêlo estão dois factores incontornáveis na determinação da raça, a sua cor azul e o tamanho, sempre curto. Em proporção, as orelhas são grandes e largas, mas de pontas aguçadas e de inserção lateral. O corpo, ainda que musculado, tem ossatura estreita, sendo alongado e esguio. As patas, finas, terminam numas mãos curtas e arredondadas. Do somatório final resulta o seu porte principesco.
Temperamento
Poder-se-ia achar que um gato tão requintado, possuidor de tanta graça e elegância seria um animal vaidoso, excêntrico, caprichoso e exigente. Nada disso! Age até com alguma timidez, sendo muito reservado no que toca a estranhos. Ainda assim, pode manifestar comportamentos que revelam a sua autonomia e até um certo autoritarismo. Mas o Azul Russo tem tanto de carinhosos e afável, como de vivaz e brincalhão. É de tal forma sensível e dedicado que conforta e mima o dono quando o sente triste ou em baixo. Também não é inédito vê-los a entreter crianças com as suas brincadeiras. Apesar da sua devoção, esteja atento, pois são tão inteligentes que conseguem seduzi-lo e condicioná- lo a fazer aquilo que eles querem. Não precisa de os ensinar a abrir portas ou cancelas, eles aprendem sozinhos.