O nome oficial da raça pela Federação Cinológica Internacional (FCI) é Spaniel Anão Continental. O Papillon é considerado a variedade de orelhas eretas. Há outra variedade de orelhas caídas chamada Phalene (em francês, mariposa). Já nos EUA, Papillon designa as duas variedades.
Supõe-se que a raça tenha nascido da fusão do já extinto Spaniel Anão da Bélgica com algum cão de raízes orientais. Sinais dessas raízes são a ossatura leve, tamanho diminuto e rabo curvado. Sua primeira representação conhecida é do início do século 14, em afrescos de uma igreja de Assisi, na Itália, pintados por Giotto. Freqüentou por cerca de duzentos anos as cortes européias, sempre de orelhas caídas. Lá tornou-se muito estimado e um dos seus símbolos, tanto que foi quase dizimado no século 18 pela Revolução Francesa. As orelhas eretas surgiram no final do século 19, perpetuadas por criadores belgas. A raça ganhou novo impulso na França, Bélgica e Inglaterra a partir da Primeira Guerra. É considerada oficialmente como franco-belga. O charme das orelhas levantadas fez o Papillon ser mais cobiçado que o Phalene, bastante raro no mundo.
Até a década de 40, o cruzamento entre Phalenes poderia gerar um Papillon e vice-versa. "Hoje, isso não ocorre", diz a americana Becky Stark, do Canil Star-k, de Udall, Kansas - EUA. "O acasalamento entre as variedades sequer é recomendado, pois pode produzir cães com orelhas semi-eretas um defeito grave."
No passado, Papillons e Phalenes eram inteiramente de uma cor, como a preta, a vermelha e a amarela-escura. "São cores típicas dos Spaniels Anões de modo geral", comenta a cinóloga Hilda Drumond. Hoje, essas cores fazem par com o branco, que deve predominar. "Dá-se preferência aos exemplares que têm o branco em forma de listra, do focinho à cabeça, sugerindo o corpo da borboleta", explica Beckey. "Chamamos esta marcação de blaze".
O Papillon, que é um dos tipos de Spaniel Anão Continental, tem um tamanho abaixo da média e é muito amigavel. Apesar do seu pequeno tamanho e de ser muito leve, os seus ossos não são tão frageis como os do Chihuahua, e é muito vívido. A maior diferença entre ele e as outras raças são as suas orelhas, que faz lembras umas asas de borboleta (Papillon quer dizer borboleta, em fracês).
Muitas pessoas escolhem ter um Papillon para usar em actuações profissionais (como no circo) ou como animal de estimação para mostrar aos seus amigos (já que é tão bonito, porque não partilhar com toda gente?). O animal também é muito leal ao seu dono, e até é um animal que costuma viver bastante anos se for devidamente tratado e vacinado.
Esta raça muito simpatica adapta-se a qualquer lugar e clima e encaixa-se bem em qualquer familia, se o que pretender é um animal de estimação bonito, extremamente obediente e sossegado, mas que também goste de brincar.
Como no Brasil, há poucos Papillons, Cães & Cia consultou dois criadores e dois veterinários norte-americanos experientes na raça. A média de vida deste cão é de 16 anos. Segundo eles, há alguns problemas hereditários no Papillon. Obviamente, os exemplares portadores de qualquer um deles não devem reproduzir. Também é fundamental, ao se adquirir um Papillon, a certeza de que os ancestrais não apresentem esses problemas. Nos EUA, o clube da raça fornece o nome dos cães portadores. Os criadores costumam apresentar documentos de isenção destes males nos pais e avós dos filhotes aos interessados em comprá-los.
A subluxação da patela (rótula, osso móvel do joelho) é o mal congênito mais freqüente. Os cães que sofrem deste problema deslocam facilmente a rótula. Causa dor, inflamação local e dificuldade de movimentação. Pode-se corrigir com cirurgia. Outro mal que ocorre na raça, mais raramente, é chamado em inglês de liver shunts. O cão não se desenvolve bem e fica abatido devido a um mau funcionamento do fígado. A cura é cirúrgica. Há casos de fontanela aberta (moleira), que torna os cães mais vulneráveis a pancadas. O problema mais típico da raça, hoje relativamente controlado, é a atrofia progressiva da retina. Consiste na perda gradual da visão a partir dos seis ou sete anos e causa cegueira. Só é detectável após o aparecimento, quando o cão demonstra não enxergar bem.
A raça é sujeita a alergias. De acordo com o veterinário Pierre Tung, de Kansas City, Kansas, ocorrem por herança genética. As manifestações alérgicas podem ter diversas causas, desde picadas de insetos a remédios. As conseqüências vão de coceiras a reações violentas, às vezes fatais. A respeito disto, a criadora Pearl George alerta que a raça é sensível a anestésicos. O motivo, segundo informam os dois veterinários norte-americanos entrevistados, é a ossatura porosa do Papillon que absorve intensamente o produto e causa facilmente sobredosagem. Se for preciso submetê-lo a uma cirurgia, é essencial usar um anestésico de reversão rápida, como o isoflurano. Pearl adverte que o Papillon pode ser sensível à penicilina. Sob efeito de anestesia não deve tomá-la pode ser fatal. Houve exemplares que apresentaram reações alérgicas a substâncias como fenol e clorox 2, componentes de alguns produtos de limpeza.