quinta-feira, 26 de junho de 2008

Griffon Nivernais

O Griffon Nivernais é considerado um dos mais antigos cães de caça franceses. Natural da região que lhe deu nome - Nivernais - remonta provavelmente ao ano 1200 e pensa-se que descende do Gris St Louis, um dos cães preferidos do Rei Luís XI e escolhido també pelo Rei Luís XIV, quase 4 séculos depois.

Inicialmente, foi utilizado para caçar lobos e javalis em matilha, altura em que a caça adquirira uma faceta elitista e a sua realização implicava um conjunto de preparativos, por forma a que se cumprirsse com todo um aparato. Músicos, caçadores, cavalos e largas dezenas destes cães participavam neste quase ritual reservado às classe aristocráticas.

Cumpria-lhe seguir o rasto das presas feridas ou já abatidas, tarefa na qual aplicava o seu olfacto apuradíssimo e desafiava a sua considerável resistência física.

Vários foram os episódios que se revelaram problemáticos para a estável criação destes cães. Entre eles, conta-se que no reinado do Rei François I (1494-1515) estes cães perderam algum do seu prestígio (e consequente protecção) no seio da realeza, devido à preferência daquele Rei por cães brancos.

Paralelamente, perante a diminuição do número de presas maiores, foram realizados cruzamentos no sentido de adaptar o Griffon Nivernais às presas mais pequenas. O cruzamento deste com um cão chamado “Archer” (um Foxhound), originaram o Griffon-Vendéen-Nivernais, que veria o seu nome reduzido apenas a Griffon Nivernais, no final do séc. XIX.

Neste final de século, o Nivernais estava de facto em perigo de extinção e, se não tivessem sido os esforços de um pequeno grupo de admiradores, a raça ter-se-ia perdido para sempre.

O actual Griffon Nivernais ressurgiu nas regiões Morvan e Nièvre e foi alvo de uma cuidadosa selecção para recuperar os traços do seu carácter independente e os seus desenvolvidos instintos de caça. É hoje utilizado para caça miúda, mas na Grécia, EUA e Canadá (locais para onde são exportados) as suas presas são os ursos.

A raça foi oficialmente reconhecida pela Societé de Vénerie, em 1922 e, três anos depois, é criado o primeiro clube da raça. Em 1995, o Griffon Nivernais foi reconhecido pelo United Kennel Club, sendo igualmente aceite pela Federation Cynologique Internacionale.

Aparentemente tímido, este é um cão calmo, bastante independente e corajoso. No terreno de caça, revela-se resistente, devoto ao seu trabalho e com espírito de iniciativa. Adapta-se facilmente a todos os terrenos porque é deveras robusto.

Na sua relação com os donos, é um animal afectuoso e sociável, mas dada a sua forte personalidade, nem sempre é obediente. É por isso aconselhável que seja educado desde pequeno a cumprir as regras estipuladas. Com as crianças é extremamente amigo e não é agressivo. Aceita muito bem a presença de outros animais de estimação.

O Griffon é um cão alto, cuja altura nas espáduas varia entre os 53,5-58,5 cm e o seu peso oscila entre os 22,7-25 Kg.

A sua pelagem tem um aspecto descuidado: é comprida, de textura áspera e desgrenhada e as cores permitidas são o cinzento lobeiro ou ardósia, o preto (com ou sem marcas de fogo) e o gamo.

A cabeça é pequena e leve, o crânio quase achatado, e o chanfro apresenta-se ligeiramente inclinado. Os olhos são escuros e as orelhas cónicas compridas estão inseridas um pouco acima da linha dos olhos. O pescoço é magro, desprovido de pregas de pele e o peito é profundo. O dorso é relativamente longo. Os membros estão cobertos de pêlo comprido e as pernas são ligeiramente longas. A cauda com boa inserção é mantida à maneira de “sabre”.

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